Por Murilo Silva
Esse blog tem destacado com afinco o Fla x Flu que está instalado na imprensa brasileira.
Uma replica mal feita da polarização eleitoral fajuta entre PT e PSDB que se arrasta há quase 20 anos no Brasil.
Em dias tumultuados como hoje – com alguns dos líderes petistas mais emblemáticos da história encarcerados – os ânimos se exaltam ainda mais.
Esse texto não se propõe a discutir o assunto em si, tão vastamente abordado nesse espaço.
Até porque, as dimensões do Fla x Flu transcendem uma única partida, ainda que decisiva como essa.
O que incomoda esse editor ao ler o jornal e ao navegar pela rede é que, o exercício da opinião nesse ambiente conflagrado – como bem disse Suzana Singer, em polêmico texto na Folha – não deixa espaço para honestidade intelectual – honestidade de consciência.
Opinião é bom.
O Fora de Foco vive disso. Mas desde que seja leal ao fato.
Imparcialidade não existe, mas independência é fundamental.
Se você tem um lado, e não se sente confortável para criticar os “seus”, algo está errado.
E daí para perder o bonde da História é um passo.
Caso ilustrativo foi registrado semana passada, nos EUA, na forma de uma anedota histórica.
Amanhã, 19 de novembro, os americanos comemoram o 150º aniversário do Discurso do Cemitério Gettysburg, de Abraham Lincon.
É o mais importante da História americana, e um dos mais importantes da democracia ocidental, pois lança as bases do Estado democrático moderno: “governo do povo, para o povo e pelo povo…”.
Há 150 anos, o jornal The Patriot News, do estado da Pensilvaniana – de tradição norte democrata – em editorial qualificou o discurso do presidente como: “observações bobas”, “que mereciam o véu do esquecimento”.
150 depois, o jornal se retrata: “nossos predecessores, talvez sob a influência de partidarismo, ou bebida forte, como era comum na profissão na época, chamaram as palavras do presidente Lincoln de observações bobas” […] “um julgamento tão falho, tão manchado pela arrogância, tão carente na perspectiva histórica, não pode permanecer sem solução em nossos arquivos.”
Moral da histórica: seja pelo elevado grau etílico ou pelo enebriante vinho partidário, se beber, não escreva.
Ôba!! Que legal! Eu não sabia do blog, quase não entro no facebook. Obrigada por me dar a dica! Vou ser leitora assídua. Depois conversamos, sobre uma ideia.
Grande abraço.
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