Por que a REDE da Marina não sai?

ela vai conseguir?

ela vai conseguir?

Por Murilo Silva

O Brasil inteirou na semana passada a soma de 32 partidos com o PROS e o Solidariedade.

Mas duas legendas de oportunidade, sem plano programático algum, feitas única e exclusivamente para alojar desalojados.

No caso do Solidariedade, para abrigar os interesses e ambições de Paulinho da Força.

Czar de uma das maiores máquinas sindicais do país, Paulinho anda hoje com novas companhias – clique aqui para ver – e para poder fazer oposição aberta ao governo Dilma, precisou abandonar o PDT.

Em fim, Leonel Brizola pode descansar em paz.

No caso do PROS, mas uma quitanda.

O “líder” do partido é o obscuro Eurípedes Jr., ex-vereador de Planaltina, Goias.

O igualmente vulgar PSD, do Kassab, já havia causado polêmica ao expressar pelo seu fundador não ser de direita, nem de esquerda e nem de centro.

Eurípedes foi além, perguntado respondeu: “tem de tudo aqui dentro”.

De fato, uma quitanda, termo muito bem empregado pelo sempre assertivo Bob Fernandes em seu comentário na TV Gazeta, de ontem.

Bob questiona uma situação no mínimo prosaica: Marina Silva, candidata de 20 milhões de votos, não consegue fazer seu partido, e pode ficar fora da eleição. Enquanto isso, os Eurípedes Jrs., e outros empreendedores da política, conseguem, sem grandes traumas, montar suas lojinhas. Estes estarão por ai em 2014.

A lógica é quase irrefutável. Contudo, esse editor faz aqui um contraponto ao comentário de Bob.

Pego em uma fraude grosseira no ABC Paulista – pasme: o chefe do cartório encontrou a própria assinatura falsificada entre as chancelas coletadas pelo partido – o Solidariedade disse ter contratado uma empresa para coletar as assinaturas.

É isso. Como bem disse à Folha o chefe do dito cartório, Helder de Morais, é a Indústria do Partido Novo.

A Indústria do Partido Novo não faz partidos, mas abre quitandas como ninguém.

Marina tinha a pretensão de fazer um partido de verdade, um partido com lastro na sociedade.

Buscou apoio programático, tentou mobilizar militância para construir o partido.

Mas tropicou nas próprias contradições.

Afinal, o que pensa um partido que nem ao menos admite ser chamado de partido?

Quem a REDE representa além de Marina?

Para se fazer uma quitanda como o PROS, como bem observou Bob, sequer é preciso voto. Mas para fazer um partido de verdade é preciso muito mais do que 20 milhões de votos.

Mais votado do que Marina em 2010, o também verde, Al Gore, teve 51 milhões de votos em 2000.

Ele teria sido presidente dos Estados Unidos da América se não fosse a controvertida eleição na Flórida – Al Gore teve mais votos na eleição absoluta do que Bush, mas perdeu no colégio eleitoral.

Hoje, Al Gore, a despeito do expressivo resultado eleitoral de 2000, já não tem o mesmo peso político dentro do partido Democrata.

Alguém imagina que Al Gore, alegando falta de espaço, saía do partido Democrata para fundar um partido e, assim, disputar a presidência novamente?

Será que cola?

Um partido de verdade, e sobretudo, um partido que se propõe a ser o novo, precisa de uma identificação com a sociedade que vai além do culto de uma única personalidade.

Ainda mais sendo uma personalidade como a de Marina, uma mistura de progressismo urbano ambiental tão caro à classe média, com um conservadorismo religioso que confunde igreja e Estado.

O militante da REDE seria colocado na constrangedora posição de fazer a critica à velha política carregando o Feliciano a tiracolo, tudo isso para ter o privilégio de votar na Marina.

É por isso que, salve uma forçação de barra do TSE, o partido de Marina vai ficar de fora da eleição, enquanto o tal de Eurípides vai se esbaldar na xepa.

 

Sobre Murilo Silva

Jornalista por acidente.
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3 respostas para Por que a REDE da Marina não sai?

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